A história do Arraial de Canudos e de seu líder, Antônio Conselheiro, é uma das mais emblemáticas quando se fala de Brasil. Eternizado e popularizado por Euclides da Cunha com seu Os Sertões, o episódio ganha uma nova interpretação pelos olhos de Marco Antonio Villa em Canudos: O povo da terra, que chega às livrarias pela Editora Planeta. Mais que a busca de uma explicação para o movimento, a obra tem como um de seus objetivos reabrir o debate sobre a comunidade de Belo Monte, designação que os seguidores de Antônio Conselheiro davam ao arraial que fundaram no sertão da Bahia.
Através de jornais, revistas, depoimentos orais, documentos oficiais e fontes inéditas, Marco Antonio Villa restaurou a história da comunidade, reconstruiu o cotidiano dos conselheiristas, os atritos com o Estado republicano, o início do conflito militar, a guerra e a destruição do arraial. Além disso, a figura do líder Antonio Vicente Mendes Maciel, o beato Antonio Conselheiro, ganha atenção especial do autor. Nascido em Quixeramobim, no Ceará, após uma vida de dificuldades, Conselheiro peregrinou pelo sertão nordestino pregando uma mensagem de renovação espiritual, moral e social. Carismático, atraiu um grande número de seguidores que compartilhava a sua visão de mundo, tornando-o uma ameaça ao governo republicano, que realizou diversas campanhas militares malsucedidas até, enfim, destruir Canudos.
Nesta nova edição de uma das maiores referências no tema, Villa parte de uma análise criteriosa das fontes para resgatar informações importantes antes submersas, e com o auxílio de documentos inéditos, desautorizar interpretações e mitos que tornavam Canudos mais uma representação de anseios e valores ideológicos do que objeto de investigação histórica. Assim, o nascimento, a vida e a morte de Belo Monte, nome que os seguidores de Conselheiro davam ao arraial, quando analisados de maneira ampla e rigorosa, permitem recolocar este evento emblemático como um dos mais importantes da história do Brasil do final do século XIX.
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