Os acionistas da Azul Linhas Aéreas aprovaram, em assembleia geral extraordinária realizada na última terça-feira (16), alterações no estatuto social da companhia que flexibilizam as regras do capital autorizado. A medida é considerada um marco inicial para a implementação do plano de reestruturação financeira da empresa, aprovado no último dia 12 de dezembro pelo Tribunal do Chapter 11, nos Estados Unidos.

Com a mudança, a Azul deixa de ter limitações relacionadas ao número máximo de ações ordinárias que poderão ser emitidas. Na prática, a companhia passa a ter autorização para emitir ações ordinárias e preferenciais dentro de um limite financeiro de até R$ 30 bilhões, decisão que ficará a cargo do conselho de administração.

Em comunicado ao mercado, a aérea destacou que a aprovação ocorreu com o aval dos detentores de 100% das ações ordinárias presentes na assembleia e reforçou que as próximas etapas do plano de reestruturação não exigirão a realização de oferta pública de aquisição de ações prevista no artigo 43 do estatuto social. Segundo a empresa, esse entendimento foi formalmente consignado durante a assembleia.
A aprovação das mudanças estatutárias é vista pela Azul como essencial para dar sequência ao processo de reorganização financeira conduzido no âmbito do Chapter 11, mecanismo semelhante à recuperação judicial no Brasil. A expectativa da companhia é que a redução da dívida obtida com o processo permita a retomada da lucratividade ao longo dos próximos dois anos.

No campo operacional, a estratégia passa por um redirecionamento do crescimento para o mercado doméstico, ao mesmo tempo em que a empresa pretende ampliar a oferta de voos para os Estados Unidos. O movimento busca capturar a demanda adicional esperada com a realização da Copa do Mundo da FIFA em 2026, conforme já sinalizado pelo CEO John Rodgerson.
Mesmo com o foco ajustado, a Azul seguirá recebendo novas aeronaves dos fabricantes Airbus e Embraer, além de avançar em acordos comerciais. Entre eles, está a ampliação da parceria em codeshare com a American Airlines, iniciativa que pode reforçar a conectividade internacional da companhia.

Em análise recente, o Bradesco BBI avaliou que a Azul deverá sair do Chapter 11 no início do próximo ano com um foco operacional renovado, concentrada no mercado doméstico e potencialmente beneficiada pelo aumento da demanda associado à Copa do Mundo, especialmente a partir do acordo com a American Airlines.
Apesar do avanço no processo de reestruturação, o mercado reagiu com cautela. Nesta semana, as ações da companhia chegaram a registrar forte queda diante das projeções de elevada diluição acionária decorrente das medidas previstas no Chapter 11, refletindo as incertezas dos investidores em relação aos efeitos do plano sobre o capital da empresa.

*Com informações de InfoMoney
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